A Polícia Civil de Pernambuco prendeu um estuprador em série que agia no Centro do Recife. Até agora foram identificadas quatro vítimas, sendo duas menores de idade - com 16 e 17 anos; e as outras duas na faixa dos 20 anos.

O estuprador é um homem de 27 anos, morador do bairro do Jordão, na Zona Sul da cidade. Ele foi preso na última segunda-feira (14), na Delegacia da Mulher do Rosarinho, na Zona Norte do Recife. A polícia convocou o homem para prestar esclarecimentos sobre outro assunto e já tinha um mandado de prisão contra ele.

O suspeito já havia sido condenado por roubo em 2018 e, em 2019, teve o material genético colhido e inserido no Banco de Perfis Genéticos de Pernambuco, que atualmente tem 26 mil amostras cadastradas.

Foi a partir da análise do DNA que a polícia identificou o estuprador e pode avançar nas investigações de outros casos.

Segundo a delegada Larissa Souza, da 1ª Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, o primeiro caso de estupro identificado até agora aconteceu em 2023, com uma adolescente de 16 anos. Os outros três crimes sexuais foram registrados em dezembro de 2024 e nos dois primeiros meses de 2025, com outra adolescente, de 17 anos, e duas mulheres na faixa dos 20 anos.

Todas as abordagens foram feitas em bairros centrais da capital pernambucana. Numa delas, o homem assaltou um ônibus e depois obrigou a mulher a descer com ele do coletivo para cometer o estupro.

Noutro caso, ele fingiu prestar socorro a uma vítima de assalto no Marco Zero do Recife e depois que ganhou a confiança dela, ameaçou a vítima com uma arma e levou ela para um motel na Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista.

“O modus operandi dele era abordar as vítimas à luz do dia, em locais de grande circulação de pessoas. Os casos de 2023 e 2024, como envolviam menores de idade, foram registrados na Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). É possível que existam outras vítimas, mas com comprovação por DNA identificamos estas quatro até agora”, informou a delegada Larissa Souza.

O perito forense Jeyzon Valeriano explicou que Pernambuco tem o terceiro maior registro de perfis genéticos de condenados cadastrados em banco de dados, atrás dos estados de Minas Gerais e São Paulo.

“Os dados genéticos coletados em Pernambuco fazem parte de um banco nacional e têm ajudado a esclarecer muitos casos. Não são todos os condenados que têm o DNA colhido; apenas os que participaram de crimes com uso de violência contra pessoas. Aqui no estado, 85% dos condenados em crimes com essas características estão no sistema”, explicou Valeriano.